O pensador oriental C. Jinarajadasa escreveu um pequeno livro em que narra o papel que as crianças
tiveram no despertar de uma nação.
A narrativa é uma parábola.
Ele conta que, depois de experimentar inúmeras formas de governo, os cidadãos de certo país, cansados de tanta insatisfação, decidiram proibir as reclamações. Agora seria preciso conviver
com os erros uns dos outros.
A princípio foi um caos. Em seguida, tiveram de desenvolver uma grande dose de paciência.
Como ninguém podia reclamar dos outros, cada cidadão só tinha uma alternativa: corrigir os seus próprios defeitos.
"À medida que cada um fazia seu próprio treinamento em paciência, notava um fato novo e
estranho em si mesmo. A pessoa ficava interessada no que as crianças andavam fazendo.
Enquanto a nuvem de preocupação consigo se dissipava, o cidadão ia ficando fascinado pela vida
das crianças. Os gestos e os sorrisos das crianças pareciam trazer uma lembrança de algo doce e bonito, que a alma havia conhecido um dia, mas esquecera. A dor da vida, que o cidadão carregava consigo todo o tempo, parecia ficar um pouco mais esquecida, enquanto ele olhava as crianças brincando. Pensar, agora, era um pouco menos confuso. As pessoas pareciam mais rápidas em compreender as coisas com seu próprio pensamento - tudo porque haviam começado a amar melhor as crianças. (...) Foi então que um fato novo, e mais assombroso, começou a ser descoberto por aqueles que, desenvolvendo a paciência, aproximavam-se mais e mais da vida das crianças.
Quando eles olhavam uma criança que brincava, e recebiam o sorriso gracioso e confiante dela, começavam a notar que a contraparte daquela criança graciosa estava em si mesmos.
Por mais velho que alguém pudesse ser, por mais ferido e cansado pela batalha da vida, sempre cada criança parecia acordar uma contraparte em algum lugar no íntimo da pessoa.
Em pouco tempo as pessoas passaram a ter necessidade de ver crianças;
de uma maneira totalmente inesperada, elas traziam pureza ao coração e à mente. (...)
Com o crescimento do amor pelas crianças, cada um começou a ter uma nova compreensão de si
mesmo..."
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Ela me traz pureza ao coraçâo... minha filha! |
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